quinta-feira, março 31, 2005

Socateiro

Ufano, qual príncipe, regressou da terra prometida.
Vinha com ares de competência, de quem cumpriu uma epopeia.
Dava-se conta das orelhas, em leque, ventilarem mais do que o normal. E da bigodaça, mais espessa (o calor, o suor têm efeitos nefastos) lhe dificultar, ainda mais, a já muita incapacidade para dizer mais do que “hum, hum”.
Ninguém o segura.
Anda convencido que devolveu o ninho à águia, que é obreiro de algum feito.
Será que ninguém lhe mostra que os vermelhos não fizeram, na corrente temporada, nada de melhor do que a mediocridade das anteriores?
Que não vê frangalho em que o “glorioso” se transforma a cada dia?
Será que não vislumbra que foram outros, mais a Norte, mais Nobres, normalmente mais capazes, que desceram do Olímpo para darem uma “abébia”?Será que ninguém mostra a Luís Filipe Vieira que, como vendedor de pneus e artista do imobiliário, o melhor que pode aspirar é socateiro?

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