quarta-feira, junho 23, 2010

ACESSO À ADVOCACIA

António Marinho Pinto é um homem com coragem. É frontal, corta a direito, diz quase sempre verdades e isso tem-lhe custado amargos de boca. Mas nem por isso esmorece.
A nova guerra que tem travado, de tapar o acesso selvagem de pseudo-licenciados em direito (Bolonha e os seus anacronismos) à Ordem dos Advogados, é um acto lúcido e corajoso.
A profissão está progressivamente mais infectada por ignorantes, mal preparados mas, pior que tudo, desconhecedores das suas enormes limitações. A espiral de facilitismo em que todo o ensino entrou, graduando ignorantes, está a produzir muito maus resultados. E se o Governo não coarcta (e até alimenta) esta insanidade, vai ter que caber às ordens profissionais um papel que não é originaramente seu mas o é, isso sim, por necessidade e imperiosa consciência.
É claro que eu percebo (mas não respeito ou aceito) a movimentação de duas grande colunas contra isto.
Os recém-licencidos, muitos desconhecendo o poço em que se vão enfiar, e que querem a todo o custo entrar na profissão.
Mas, sobretudo, as grandes sociedades de advogados, esses enormes sorvedouros de mão de obra barata, quase escrava, de advogados recém-licenciados, que exploram a seu bel-prazer a troco de dez reis.
P.S. Corrigido

4 comentários:

Anónimo disse...

Julgo que queria dizer coarcta, do verbo coarctar. Dado o sentido do post.Quando muito coarta para os adeptos do acordo ortográfico.É
que esse quarta (de dia da semana) aí no meio do post até fere o olhar e fica mal a quem censurou tanto Saramago pela sintaxe...E já resisti a corrigir excentricidade ( e não excentrecidade) no arte do som. Chamo-lhe falta de legitimidade para criticar. De resto, até concordo com o post.

Joana Neto

GM disse...

Era cuarctar, de facto.
Obrigado pela chamada de atenção.
Quantos aos outros dois reparos: o primeiro tratou-se de lapso de escrita que, pelo vistos, V/ não perdoa. A segunda: não são os m/ erros ou lapsos que justificam a má escrita de Saramago. Ele escreveu de uma forma que, do tempo de onde venho, dava para chumbar na velhinha 4º classe. Mas isso era antes das novas oportunidades e do intelectualismo modernaço...

Joana Neto disse...

Não vou discutir consigo a escrita de Saramago. Essa comparação com as novas oportunidades e "intelectualismo modernaço" (seja lá o que isso for) é deveras insultuosa. De resto, também chumbaria Lobo Antunes, Hemingway, pela mesma ordem de razão. Um pela sintaxe, outro pelos erros ortográficos. Ainda bem que não tem o poder de determinar o que tem ou não valor literário. Má escrita? É a sua opinião, vale o que vale, nem mais nem menos do que outras opiniões. Respeito, mas discordo em absoluto. Como discorda Marcelo Rebelo de Sousa, Vasco Graça Moura ou José Eduardo Agualusa, dois dos quais grandes escritores (só para não dizer que escolhi pessoas do mesmo quadrante ideológico). Devem ser dos tais intelectuais modernaços, mas não me parecem que tenham andado nas novas oportunidades.Discordam, desde logo, os que o elegeram como Nobel da Literatura por muito que desvalorize. Nota-se pelo estilo e rumo que tomou este blog que tem dificuldade em dar valor a qualquer opinião/visão que não a sua, mas como o blog é público, há essa possibilidade de outros comentarem.

GM disse...

Devo, pois, depreender que é apenas por puro masoquismo que vai passando por cá.
Lamento mas esse peditório é para outras paróquias. Não dou para ele por falta de formação e de vontade. Passe bem.