segunda-feira, setembro 21, 2009

ESCLARECIMENTO POPULAR

Eu não acredito que o povo é sereno. Muito menos que é inteligente e genericamente dotado de bom senso. Acho mesmo uma maldade refinada a frase atribuída ao cartesianismo de “que o bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo."
Acredito hoje que a generalidade dessa massa humana a que chamam povo pensa pouco e mal (deixo para post futuro as razões da minha crença). Só por isso é que perde tempo e dinheiro a votar telefonicamente em quem sai ou fica no Big Brother; ou, pior ainda, a ouvir e votar num energúmeno como o Santana.
São apenas dois sintomas do estado doentio a que chegou o esclarecimento colectivo. A maioria está-se positivamente nas tintas.
Acredito, porém, que o povo é egoísta. Muito egoísta, cego que está com o que lhe ensinaram a chamar de bem estar social (que ele confunde com bem estar material).
Por isso reage quando lhe mexem no que tem de mais sagrado: o bolso.
Ora desde a banca rota dos anos oitenta nenhum governo entrou tanto no bolso do povo como o de Sócrates. Basta olhar para o IVA, o IRC, o IRS, os impostos sobre o tabaco, o alcool ou os produtos petroliferos. Tudo, mas tudo aumentou.
E por isso, não acreditando que o povo seja suficientemente esclarecido para lhe retirar a maioria, acho que é pelo menos suficientemente egoísta para lhe não dar um segundo cheque em branco com a maioria absoluta. O que sem ser bom já não será mau de todo.

Sem comentários: