quarta-feira, março 15, 2006

(D)OPADOS

Esta sofreguidão com a OPA, que ou me engano ou ainda está a começar, vai ter consequêncicas bem mais devastadoras do que à partida podemos pensar.
Inicialmente vamo-nos entreter a fundir e engordar até que, em Portugal, existam dois bancos, duas (ou mesmo um) companhia de tele-comunicação, duas ou três empresas de comunicação social, duas empresas seguradoras, etc.etc.
Vamos deliciar-nos a engordar artificalmente quem já precisa de dieta, juntando, num só a baralho, as cartas que se encontram dispersas, num delírio bolsista que, inevitavelmente, vai resultar mal.
Depois, quando essas novas companhias tiverem a dimensão de uma empresa média (para olhos estrangeiros) somos de vez tomados por um qualquer fundo mobiliário que, de uma assentada, poderá comprar todas as nossas comunicações, ou todo o nosso aforro (e dívida).
Numa palavra, nos comprará de vez.
Aí, já sem tecido industrial tradicional (deslocado para longe), sem as grandes empresas nacionais, vendidas ao desbarato, sem tecnologia de ponta, vai-nos restar o mar, o sol e a areia para vender. Isto se entretanto não nos dedicarmos (como estamos a fazer, por exemplo, na Costa Vicentina) a destruir o pouco que ainda temos de bom.

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