sexta-feira, janeiro 13, 2006

ASSOUTADOS

A notícia de hoje do 24 horas, e que não foi desmentida por Souto Moura (há muito que desconfio daquele ar sonso, aparentemente inofensivo, falsamente contido do procurador), merecia tratamento à altura.
Numa personalidade onde o carácter marcasse presença, ainda que indelevelmente, e que permitisse que o homem estivésse à altura das funções de que está investido, o pedido de demissão.
Numa nação democrática e arrumada, a exoneração do responsável que não tivésse a ombridade de a pedir. E, a seguir, a sua (e dos demais) responsabilização, civil, criminal, disciplinar.
Mas não.
A prudência.
O dolce fare niente que é nosso apanágio, em geral, e deste presidente, muito em particular.
E a estabilidade. A famigerada estabilidade que, nos dias que correm, justifica tudo, sacrifica tudo, mesmo valores constitucionalmente consagrados, como a integridade moral, a imagem, a reserva de vida íntima, a dignidade, etc.etc.etc. que saiem feridos de morte das práticas hoje vindas a lume.
Passe a comparação, a legitimidade que este procurador mantém hoje, à luz do que foi denunciado, é igual à que Santana Lopes tinha quando foi empossado primeiro ministro.
O resultado foi o que se viu.
Curiosamente, o legitimador é sempre o mesmo.
Graças a deus que há dia 22 de Janeiro.

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