segunda-feira, abril 18, 2005

EXTREMA DIREITA


É tremenda e confrangedora a agonia em que o CDS (ou será PP, ou CDS/PP) se encontra.
Nem o “site” se mantém vivo e à tona, também em manutenção, como o partido.
O pior é que me cheira que a agonia (do segundo) é bem mais profunda, e chama-se crise de identidade.
O partido democrata-cristão, conservador, que nasceu pós 25 de Abril, foi transfigurado por Portas. Mitigou-o de tal modo que hoje ninguém percebe (nem os próprios) a corrente que segue, os princípios que defende.
É liberal, sim senhor, um pouco conservador, tem laivos de extrema direita e algum beatismo, mas não esquece os pobrezinhos e desafortunados.
Fala ao sabor do vento, é populista como nunca a extrema esquerda portuguesa conseguiu ser e esconde, envergonhada, o seu radicalismo (característico, de resto, da franja social em que se move).
É tal o desnorte que a orfandade de Portas não deixa espaço para que apareçam alternativas.
Ribeiro e Castro nunca o foi, em nada. Na política, no desporto, fez-me sempre lembrar o “grilo falante”. Apenas com a particularidade de, a este, ninguém o ouvir.
Telmo Correia é um Portas sem recheio.
Pergunto-me quando, de uma vez por todas, a extrema direita que se aloja no CDS como piolhos na testa de um mendigo, tem a coragem de saltar para a ribalta. Assumir o que realmente é e pensa, definindo o seu espaço político de intervenção. Ao invés de se manter acantonada, vassourando na penumbra.

Sem comentários: